quarta-feira, 26 de março de 2014

Desapegar é Preciso





Quem é leitor sabe que o livro é um objeto de desejo. Serei sincera, é quase uma compulsão possuir um livro. Livros nunca são demais e sempre cabe mais um na prateleira. Certamente em minhas prateleiras há livros que amo e sempre que posso releio, há também aqueles que já tentei ler, mas desisti (neste momento "Os Sertões" me encaram) e, finalmente, aqueles que estão na fila para serem lidos em breve, mas por favor, não me pergunte quando.
Livros são como amigos com os quais compartilhamos nossos pensamentos mais íntimos e assim formamos laços fortes e uma relação possessiva. É possível ter uma boa ideia da personalidade de alguém pelos livros que estão na sua estante. Luiz Rufatto, que em seu livro "Eles eram muitos cavalos" no capítulo intitulado 'A estante' no qual são enumerados uma série de títulos e seus respectivos autores, já declarou que sempre perguntam de quem é aquela estante. 
Contudo,  no fundo sabemos que é humanamente impossível dar conta de tudo que pretendemos, a imensidão da literatura é avassaladora. Logo, é bacana praticar o desapego literário. Li, no final de 2012,  a coluna do jornalista Danilo Venticinque que fala sobre esse tal desapego, segue um pequeno trecho abaixo:

"Falar sobre doações de livros é bonito, mas nem sempre é fácil doá-los. Quem acompanha a coluna há algum tempo sabe que o quanto é difícil enfrentar a vontade de acumular o maior número possível de títulos, mesmo quando não somos capazes de ler tudo. Vencer esse instinto de preservação da estante é difícil, mas é recompensador. O segredo é começar aos poucos, por onde dói menos. Ninguém se sente mal quando doa um livro que não gostou. Quando conseguimos fazer isso, não parece tão ruim a ideia de doar um livro que já lemos e não pretendemos reler. Ou até mesmo aquele que pretendemos reler, mas o tempo nunca permite. Com o tempo, ganhamos mais espaço na estante – e os livros ganham novos leitores.Claro que pouquíssimos abrirão mão de seus livros favoritos, aqueles que sempre nos trazem de volta para suas páginas. Mas ninguém precisa fazer isso para contribuir para a campanha. “O apaixonado por livros sempre tem livros sobrando”, diz Goldfarb. “Um livro abandonado na estante, por mais mágica que seja a sua história, é um livro morto. Ele precisa de leitores para que a sua história continue viva.” Neste Natal, dê esse presente aos seus livros."

Concordo com o jornalista, é preciso começar com pequenos gestos. Nas aulas de Oficina do professor leitor/escritor estou começando a praticar o desapego literário com nossa biblioteca solidária. Não, ainda não é doação é só um empréstimo longo .... Fazer o que? o instinto de preservação da estante ainda é forte em mimem mim.
A iniciativa é muto interessante, pois o empréstimo é de um livro importante, marcante, com valor afetivo, o que exige uma dose de desprendimento. O mais legal é que com a biblioteca solidária é possível conhecer melhor os colegas de turma, pois cada um deve revelar o que faz aquele livro ser especial.
Eu levei esse livro aqui ó:












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