quarta-feira, 26 de março de 2014

A Palavra Primeira






A primeira palavra da qual tomamos posse é o nosso nome. Tem quem se sinta confortável e satisfeito com seu nome e tem quem não se sinta assim tão feliz. A escolha do meu nome, Ana Cristina, não tem nenhuma história especial e nem se trata de uma homenagem, foi escolhido por meus pais porque eles gostavam, simples assim.
Até bem pouco tempo eu era só Cristina ou Cris. Ana Cristina eu era só quando alguém chamava minha atenção. O Ana era só um apêndice, sem função, sem relevância, um enfeite do qual eu não gostava muito.
Quando comecei a estudar na UnB, já em uma fase mais madura da vida, eu estava tentando traçar novas rotas para mim,   não sei exatamente como, mas passei a ser chamada de Ana e somente Ana, o Cristina deixou de ser protagonista e Ana Começou a existir. Foi providencial, fase nova e nome 'novo'.  Ana me surpreendeu, com seu tamanho reduzido, apenas três letras, sendo uma repetida, deu conta de descortinar um mundo novo para mim. Cristina ainda vive entre os amigos mais antigos e a família.
Hoje, eu sou Ana Cristina e me sinto Ana Cristina por completo. Um pouquinho de Leminsky:


NOMES A MENOS   
                    
   
Nome mais nome igual a nome,
uns nomes menos, uns nomes mais.
     Menos é mais ou menos,
nem todos os nomes são iguais.

    Uma coisa é a coisa, par ou ímpar,
outra coisa é o nome, par e par,
    retrato da coisa quando límpida,
coisa que as coisas deixam ao passar.

    Nome de bicho, nome de mês, nome de estrela,
nome dos meus amores, nomes animais,
    a soma de todos os nomes,
nunca vai dar uma coisa, nunca mais.

    Cidades passam. Só os nomes vão ficar.
Que coisa dói dentro do nome
    que não tem nome que conte
nem coisa pra se contar?


Brincando com o meu  nome:



CRISTINA

CRIA        RIA
TINA        SAI
SINA        CAI
RICA         AR
CRINA      RI
CRISTA     IA




A menina RIA                                                                      
Enquanto o balão subia no AR                                                      
O sol SAI, enquanto a chuva CAI.
O cavalo balança a CRINA
A menina RI,
sonhos CRIA.
Sua SINA é viver













Uma homenagem a todas as Anas.











Bônus:
1. "O que há em um nome?" matéria da jornalista Martha Mendonça para a revista Época
2. Blog "Nomes Estranhos" nomes para quase tudo.


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